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A peça teatral “Insanidade”
foi criada com o objetivo de mostrar a dura realidade das pessoas portadora de
deficiências mentais e psíquicas nos manicômios do nosso mundo. Insanidade na
verdade é uma adaptação de Ronald Sá, baseada em “Hysteria” do grupo XIX de
Teatro de São Paulo, e com trechos retirados da primeira tragédia de William
Shakespeare “Tito Andrônico”. Insanidade conta a história de sete loucos que
vivem em um hospício e sofrem por vários tipos de conflitos psicológicos que
estão em suas miseráveis vidas desde o início. Pra que querem a loucura dessa
cura ou a cura dessa loucura? São perguntas que estão em nossos personagens,
como a doce, suicida e fria assassina Fátima, que matou o próprio filho depois
do transtorno pós-parto e tenta suprir essa perda com uma falsa barriga e uma
boneca suja e velha que carrega em suas mãos. Já Maria do Carmo é a mais
agressiva dos sete loucos, tanta agressividade mostra também sem a mais
realista desse lugar obscuro, que sabe que nunca irão sair do manicômio, foi
abandonada pela sua família. Zé Ninguém
é um doente, perturbado por suas religiões, acredita que traiu Jesus Cristo e
que derramou seu santo sangue no chão, anda sempre ao lado do seu amigo Damião,
este que é bem sereno, mas esconde um terrível ódio dos médicos que os deixam
jogados pra morrer no hospício. Laura é uma mulher que amava seu marido, era
submissa, tola e frágil, aprendeu ser uma outra mulher, mais forte, firme e
decidida, descobriu que não amava
ninguém, e que casamento era algo inútil. Coisa diferente para Elizabeth, a
mais jovem dos loucos, acredita que está curada da cabeça e que seu marido
André Henrique ira lhe buscar numa linda charrete como nos contos de fadas.
Ficou louca de tanto amar, o seu marido a deixa sofrendo pressa no hospício.
Xavier era um famoso escritor, que anda assombrado pelas memórias dos passados,
memórias ruins que o fizeram um brilhante escritor, mas com tantos pensamentos
sombrios acabou sendo levado pro manicômio. É um homem de falar pouco, mas fala
demais com o seu corpo que é um livro ambulante, seu corpo é marcado por
palavras tristes escritas com sangue e sabe que nesse lugar ninguém poderá sair
e que ali será o túmulo dos pobres e doentes loucos. Os médicos mostram um lado
mais desumano da nossa sociedade, aprisionam os loucos em suas camas e dão
remédios sem parar, desejam se livrar dessa situação o mais rápido possível,
por isso, matam seus pacientes com pílulas e injeções letais.